O herói da noite da seleção brasileira foi Richarlison, autor do primeiro gol aos 19 minutos do segundo tempo, logo após uma alteração de Tite que mudou a história do jogo. Além do gol, o camisa 7 colaborou criando pelo menos outras quatro chances de gol e fez um gesto que chamou atenção na comemoração ao correr para abraçar o técnico, que vive seu momento mais frágil no cargo. Outros jogadores seguiram o atacante.
Uma das mudanças da seleção brasileira em relação às quatro primeiras partidas das Eliminatórias foi a entrada de Alex Sandro na lateral esquerda, na vaga de Renan Lodi. Tite provavelmente esperava o Equador mais agressivo no ataque, então contava com a função defensiva do lateral da Juventus. Porém, o adversário atacou pouco, e o Brasil dominou a posse de bola sem ter alguém com cacoete ofensivo pelo lado.
Escalada com muitas mudanças em relação ao último jogo e pouco treino, a seleção brasileira demorou a entender a melhor forma de atacar o Equador, que tinha marcação alta e ajustada. Foram pelo menos 20 minutos em que as únicas chegadas foram um cruzamento de Danilo para Richarlison que o goleiro Domínguez evitou qualquer problema e uma falta cobrada por Neymar que Richarlison não alcançou para completar. Depois disso as coisas melhoraram, com uma chance e um gol impedido de Gabigol, além de uma finalização de Neymar depois de um corta-luz de Casemiro já aos 43 minutos.
O principal jogador da seleção não parou em pé. No primeiro tempo foram cinco faltas sofridas e muita dificuldade para dar sequência aos lances porque o Equador fazia marcação tripla. Taticamente, Neymar começou como ponta-esquerda e depois passou para meia centralizado para tentar participar mais do jogo, buscando a bola entre os volantes e tentando construir pelo chão para fazer jogadas com Gabigol. Essa mudança fez Richarlison ser deslocado para a esquerda e Paquetá para a direita.
A seleção voltou igual para o segundo tempo, mas o volume de jogo ofensivo continuou esbarrando na marcação do Equador. Aos 16 minutos, Fred fez falta no meio-campo, e os jogadores adversários cobraram o segundo cartão amarelo, que não foi dado. Tite tirou o volante no ato para acionar Gabriel Jesus, o que melhorou o ataque do Brasil. Três minutos depois, Richarlison abriu o placar em jogada em que a defesa do Equador estava toda aberta sem entender o novo posicionamento ofensivo brasileiro.
A seleção brasileira seguiu ditando o ritmo do jogo nos minutos seguintes e teve três boas chances praticamente em sequência, a primeira em jogada individual de Gabriel Jesus e outras duas perdidas por Gabigol, que mostrou atitude e boa movimentação, mas não deu sorte nas finalizações de perna esquerda e de cabeça. O Brasil só foi aumentar o placar nos acréscimos, consolidando uma atuação sem qualquer risco.
A seleção brasileira balançou as redes aos 41 minutos do primeiro tempo, quando Neymar lançou Danilo pela direita e o cruzamento chegou até Gabigol, que bateu de perna esquerda na saída do goleiro. O atacante do Flamengo estava impedido, e o gol foi anulado. O gol que valeu foi marcado aos 19 minutos do segundo tempo, quando Lucas Paquetá fez um desarme e serviu Neymar, que lançou Richarlison. O camisa 7 dominou e bateu forte de canhota para contar com falha de Domínguez na abertura do placar.
O segundo gol saiu aos 48 minutos do segundo tempo. A confusão começou cinco minutos antes, quando o árbitro Alexis Herrera foi à arbitragem de vídeo notou pênalti de Preciado em Gabriel Jesus. Neymar bateu e Domínguez pegou, mas a arbitragem mandou voltar porque o goleiro adiantou. O próprio Neymar bateu pela segunda vez e balançou as redes para definir a vitória brasileira.