A CPI da Covid ouve, nesta quinta-feira (1º), Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply que afirmou ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose para fechar acordo com o Ministério da Saúde.
Na última terça-feira (29), em relato à Folha de S.Paulo, o representante da Davati disse que a proposta de propina teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, em um jantar, em Brasília, no dia 25 de fevereiro.
A Davati teria buscado o Ministério para negociar 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca e a proposta era de US$ 3,5 por dose, e depois disso passou para US$ 15,5.
“Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente da nossa proposta”, declarou Dominguetti à Folha.
OITIVAS
O depoimento de Franciso Maximiano, sócio da Precisa Medicamento, empresa responsável por intermediar as negociações entre o labotatório Bharat Biotech, da Covaxin, e o Ministério da Saúde, deve ser adiado para sexta-feira, dia 2 de julho.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, concedeu habeas corpus ao empresário e ele poderá permancer em silêncio e ser acompanhado por advogado durante a sessão.
A negociação para aquisição da Covaxin está sob suspeita de irregularidades, como superfaturamento no valor de doses.
O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, disse em depoimento que houve "pressão atípica" na negociação da Covaxin e que membros da pasta pressionaram a Anvosa para liberação sem que todos os resultados de testes fossem apresentados.