De acordo com a coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, o embaixador Fernando Simas Magalhães, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a embaixada do Brasil em Haia, na Holanda, participou da reunião entre o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e integrantes do alto escalão do governo em julho de 2022. Na época, Magalhães era o “número 2” do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ocupando o cargo de secretário-geral da pasta.
A coluna aponta que Fernando Simas Magalhães participou da reunião na condição de ministro interino das Relações Exteriores. Naquela data, Carlos Alberto França, o ministro titular, estava em Bali, na Indonésia, participando de encontros com autoridades do país e representantes de negócios estrangeiros e segurança da União Europeia e Austrália.
Segundo o Metrópoles, na reunião que foi gravada em vídeo, o ex-chefe do Palácio do Planalto discutiu estratégias para evitar a posse de Lula em caso de derrota no pleito de 2022. A participação de Magalhães no referido encontro faz com que parte da base de Lula peça a exoneração do embaixador. Contudo, o presidente pretende mantê-lo no cargo.
Ainda de acordo com a coluna de Cappelli, na referida reunião, Magalhães não fez nenhuma intervenção. Por ser o número dois da pasta, em função interina, tampouco Lula esperava que ele se insurgisse contra o então presidente Bolsonaro. Outro ponto a favor de Magalhães é que, quando Bolsonaro articulou a reunião com embaixadores para falar mal das urnas eletrônicas, o diplomata se colocou contra a medida.
O vídeo da reunião foi usado pela Polícia Federal (PF) como argumento para deflagrar a operação Tempus Veritatis, na última quinta-feira (8), que investiga um suposto plano de golpe de Estado após a eleições presidenciais. No vídeo, Magalhães aparece do lado esquerdo, no quarto assento a partir de Bolsonaro, ao lado do então ministro da Justiça Anderson Torres.