Neste Natal, ao nos voltarmos para o relato sagrado de Belém, somos confrontados não apenas com a beleza do presépio, mas também com a dura realidade contemporânea.
Tal qual José e Maria, em busca de acolhimento, muitas pessoas hoje enfrentam portas fechadas não apenas fisicamente, mas também diante de um cenário geopolítico onde o poder muitas vezes se manifesta de forma impiedosa.
O "Herodes" dos tempos modernos, personificado por figuras como Benjamin Netanyahu, escreve uma trágica narrativa de destruição, deixando cicatrizes profundas na humanidade, especialmente nas terras martirizadas da Faixa de Gaza, onde milhares de crianças inocentes perecem sob as operações militares israelenses.
Mesmo diante dessa sombria realidade, há a luz da estrebaria de Belém, que não apenas ilumina o presépio, mas também lança seu brilho nos cantos mais obscuros dos nossos corações.
Ali, a divindade se manifesta na simplicidade, na vulnerabilidade de um recém-nascido envolto em panos. O choro do “Puer divinus” ressoa como um apelo à compaixão e ao amor, desafiando as barreiras que o mundo ergue.
Os pastores, tidos como impuros pela sociedade da época, são os primeiros a testemunhar o nascimento divino. E hoje, a luz do Natal resplandece com mais intensidade nos marginalizados, nos esquecidos, nos que sofrem injustiças.
É aí, na compaixão pelos menos favorecidos, que encontramos a verdadeira essência do amor divino.
Os sábios do Oriente, com seus presentes simbólicos, representam a busca por conhecimento e a compreensão profunda dos mistérios da existência. Que possamos presentear uns aos outros com a preciosidade do tempo, da empatia e da compreensão, construindo pontes em vez de muros, promovendo um amor que transcende fronteiras e diferenças.
Neste Natal, confrontemos as sombras dos "Herodes" contemporâneos e nos inspiremos na mensagem atemporal de Belém. Que o amor, como a luz da estrela guia, nos conduza através das noites escuras da injustiça e do ódio. Sejamos agentes de esperança, promovendo a reconciliação, a compaixão e o cuidado pelos menos afortunados.
Que a celebração do nascimento divino nos envolva com uma pitada generosa de amor, motivando-nos a construir um mundo onde a verdadeira luz do Natal brilhe não apenas em dezembro, mas ao longo de todo o ano.
Feliz Natal a todos, com a esperança de um amor transformador e iluminador. E, em nossas celebrações, lembremos da tristeza profunda pelas vidas perdidas, especialmente as crianças em Gaza, e comprometamo-nos a buscar um mundo onde todas as crianças possam crescer em segurança e paz.