Ao menos 704 devotos hindus foram diagnosticados com Covid-19 desde terça-feira (13) na cidade indiana de Haridwar, onde ocorre neste mês o festival religioso Kumbh Mela. A celebração é marcada pela aglomeração de adeptos do hinduísmo nas margens do rio Ganges, considerado sagrado pela religião.
Autoridades de saúde da Índia coletaram mais de 20 mil amostras de participantes da festividade, de acordo com a BBC. Desse total de testes, 110 tiveram resultado positivo para o coronavírus nesta quarta-feira. Entre eles, nove gurus do hinduísmo. Outros 594 casos de Covid-19 foram confirmados entre os devotos no dia anterior.
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A celebração coletiva é marcada pelo mergulho dos devotos no rio Ganges. Os hinduístas acreditam que as águas do rio sagrado têm poder de purificação dos pecados e de salvação.
A estimativa é que cerca de cinco milhões de peregrinos visitem a cidade de Haridwar, no norte do país, onde ocorrem as celebrações deste ano. Segundo a BBC, cerca de 900 mil pessoas deram um mergulho no rio Ganges apenas nesta quarta-feira.
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Essa edição do festival ocorre em meio ao avanço da pandemia de Covid-19 na Índia. O país registrou 184.372 novos casos de Covid-19 na terça-feira (13), o maior aumento diário durante toda a pandemia.
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O Kumbh Mela acontece a cada 12 anos e é realizado sempre em quatro cidades, que se alternam como sede. Especialistas em saúde apelaram pelo cancelamento do evento, mas o governo ignorou a orientação. O argumento foi de que as regras de segurança seriam seguidas, o que não foi observado.
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Tirath Singh Rawat, ministro-chefe do estado indiano de Uttarakhand, onde fica Haridwar, defendeu a realização da festividade religiosa em entrevista à BBC.
"Estamos seguindo as diretrizes do ministério da saúde e a taxa de recuperação é boa", disse. "Os preparativos também são adequados para lidar com qualquer situação", acrescentou.