O Departamento de Defesa americano revelou neste sábado (28) a identidade dos 13 militares mortos no atentado em Cabul. Alguns ainda eram bebês quando a guerra do Afeganistão começou.
“Eles são heróis. Se sacrificaram para servir aos mais altos ideais da América e salvar vidas”, disse o presidente Biden.
Os 13 militares americanos mortos no atentado em Cabul eram muito jovens. Eles ouviam as histórias dos veteranos que participaram das guerras no Afeganistão e no Iraque.
Há dez anos, os americanos vinham saindo do Afeganistão, onde mantinham apenas uma pequena força que não combatia, só assessorava o Exército do país. Esses jovens soldados foram levados a Cabul apenas para ajudar na operação de retirada de americanos, seus aliados, e parceiros afegãos.
Biden lembrou que foi a bravura e o altruísmo deles que permitiram que 117 mil pessoas em risco deixassem o país em segurança. Passaram o dia na quinta-feira (26) guardando o principal portão do aeroporto.
Milhares de civis afegãos desesperados tentavam entrar. Mas só podiam passar os que tivessem visto para os Estados Unidos. Os jovens militares entravam no meio da multidão para encontrar e resgatar esses afegãos. Foi aí que o terrorista suicida detonou o colete com 12 quilos de explosivo. Mais de 170 afegãos morreram.
A vida acabou também para os 13 militares americanos. O mais velho, Darin Taylor Hoover, de 31 anos. Johanny Rosario, 25 anos, era encarregada de revistar mulheres e meninas.
Daegan William-Tyeler Page tinha 23 anos, e segundo seus parentes, estava ansioso para voltar para casa depois de servir no Corpo de Fuzileiros.
Cinco tinham 20 anos. Nasceram no mesmo ano em que os Estados Unidos invadiram o Afeganistão – após os atentados de 11 de setembro de 2001. Mas não viveram para o ver o fim dessa história.
Ryle McCollum, 20 anos, casou-se em fevereiro e já ia ser pai. Chegou ao Afeganistão há duas semanas para a operação de retirada. Maxton Soviak, 20 anos, jogava futebol americano. Kareem Nikoui, 20 anos, queria ser fuzileiro naval desde pequeno.
Nicole Gee, 23 anos, falou para o pai que estava vivendo o melhor momento da vida ao ajudar mulheres e crianças a sair do país. Gee apareceu em uma foto segurando um bebê, postada pelo Departamento de Defesa americano, em meio à retirada caótica. Ela passou 24 horas cuidando da criança. Uma semana depois, morreu no atentado.
Nicole tinha sido promovida a sargento 24 dias antes. Do estado da Califórnia, era casada, não tinha filhos, mas muito jeito com crianças. A melhor amiga, também militar, escreveu em uma rede social: “Nos encontramos em Valhalla. O paraíso para onde vão os heróis”. Valhalla faz parte da mitologia dos países nórdicos e é para onde eram levados os guerreiros mais nobres e destemidos que morriam em campo de batalha.