Vereador Amaral afirma que eleição da Câmara de Mucuri foi comprada,Os vereadores novatos foram pagos para votar
A compra de votos é crime eleitoral no Brasil, e leva à cassação e inelegibilidade dos políticos.
Publicada em 18/11/21 às 15:05h - 879 visualizações
Por: Vanderlei Filho-ZERO HORA NEWS
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Após a matéria publicada pela nossa reportagem intitulada, “MP recebe denúncia sobre venda de votos dos vereadores de Mucuri para a próxima eleição da Câmara https://www.zerohoranews.com.br/noticia/11640/mp-recebe-denuncia-sobre-venda-de-votos-dos-vereadores-de-mucuri-para-a-proxima-eleicao-da-camara no qual foi relatado pelo denunciante perante o Ministério Público que a próxima eleição para presidente da Câmara Municipal da cidade de Mucuri extremo sul baiano já teria uma chapa de vereadores virtualmente eleita, tudo isso graças a um esquema escancarado de corrupção via “compra de votos” envolvendo a maioria dos vereadores locais, no qual o voto dos edis estariam orçados entre R$ 20 mil até R$ 60 mil reais cada um.
Conforme a denúncia feita ao Ministério Público, a possível chapa beneficiária do ilícito será encabeçada pelo vereador, Alexandre Deolinda Seixas (PSC) popularmente conhecido como Xandão para a presidência do legislativo local.
Segundo o denunciante já existe um acordo espúrio firmado através de supostos pagamentos financeiros a um grupo de edis, havendo inclusive um documento assinado por 07 (sete) vereadores que garantiria assim a venda antecipada dos votos e consequentemente a possível vitória de Xandão para a presidência no próximo biênio (2023-2024).
Agora vem á tona, através de um áudio que circula nas redes sociais em que o vereador Ademar Amaral de Souza (PSB), o popular Amaral, afirma com todas as letras que a eleição da atual mesa diretora do poder legislativo local teve seu resultado alterado graças a um esquema de compra de votos, onde os vereadores novatos (de primeiro mandato) teriam recebido dinheiro para poder votar, no áudio o vereador Amaral não deixa claro qual o valor pago aos vereadores “novatos” para votar no atual presidente da casa, o vereador Jocélio Oliveira Brito (PROS) popularmente conhecido como Celio Pebas.
Em trecho do áudio o vereador Amaral afirma que: “ não votei para presidência da Câmara justamente por isso, porque os novatos que votaram todos eles foram pagos para votar”. Um pouco adiante ressalta que: “tem muita gente que entra na política pensando em fazer carreira financeira”. E finaliza afirmando: “mas infelizmente aqui em Mucuri é uma terra sem lei, uma terra que ninguém tem respeito por ninguém”. Segundo Amaral o esquema da compra de votos vem desde legislaturas passadas a qual ele afirma que não fazia parte.
Um dos vereadores eleitos, que pediu para ter seu nome preservado, afirmou que "Essas negociações geralmente é bem sigilosa, obviamente. Mas os resultados dela não."
"Como que um cidadão desses vai representar alguém se eles vende seu voto para a presidência da Câmara?", questiona um comerciante do distrito de Itabatã que não quis ter seu nome revelado "Para nós, eles não tem legitimidade para exercer um cargo tão importante como o de vereador", completa.
O inusitado nesse caso é que o vereador Amaral que afirma que houve venda de votos por parte dos seus pares para atual presidência, é o mesmo parlamentar que figura na denúncia protocolada no Ministério Público que estaria envolvido no suposto esquema de compra de votos e ocuparia o cargo de segundo secretário da futura mesa diretora da Câmara Municipal de Mucuri que já teria sido comprada, conforme afirma o denunciante.
A aquisição ilícita de qualquer disputa eleitoral, popularmente conhecida como compra de votos é uma prática eleitoral ilícita e dolosa, pois a compra de votos é crime eleitoral no Brasil, e leva à cassação e inelegibilidade dos políticos.
Após mais esse áudio, no qual um vereador afirma que há venda de votos dos edis para eleição da Câmara Municipal, cada vez mais a Câmara de Mucuri, tem ficado notadamente conhecida em toda a Bahia pelos escândalos envolvendo denúncia de corrupção.
A nossa reportagem entrou em contato com a presidência da Câmara Municipal de Mucuri, perguntado sobre o teor do áudio, o presidente Célio Pebas nos informou que só iria se manifestar depois da publicação da matéria.
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